top of page
Buscar
  • Equipe Arqio

COMPENSAR OU NÃO O CO2?


O setor da construção civil é responsável por mais de 1/3 das emissões de CO2 mundialmente, representando 39% quando somadas as emissões de uso dos edifícios [28%] e da indústria da construção [11% considerando manufatura de materiais como cimento, consumo de energia, etc. com a atividade em si].




É uma das atividades que mais emite carbono no mundo, contribuindo diretamente para as mudanças climáticas. Ainda assim, é essencial para a melhora da qualidade de vida das pessoas. Hoje no Brasil temos um déficit habitacional de mais de mais de 6 milhões de domicílios urbanos e aproximadamente 1,5 milhão no campo [Fonte: https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_alphacontent&ordering=3&limitstart=7600&limit=10&Itemid=1 acessado em 07/06/2021]. A construção de casas para todas essas pessoas em prol de uma sociedade mais justa é essencial. E como fazer isso e melhorar a qualidade ambiental das construções, minimizando as emissões de gases de efeito estufa?


Para cada realidade existe uma solução mais adequada e que impacta menos o meio ambiente, que vamos chamar aqui de sustentável. Por exemplo, casas no campo tem a possibilidade de serem construídas utilizando as técnicas de permacultura mais tradicionais, como uso de taipa [existem versões mais modernas]. Tendo em vista que o solo, principal matéria prima desse método construtivo, está disponível no próprio local, é uma solução acessível financeiramente e que não requer grande quantidade de transporte de insumos para a construção de uma casa sustentável. De qualquer maneira, tem que ser avaliada a viabilidade em função da qualidade do solo e da disponibilidade de mão de obra.

Nos centros urbanos soluções como essas não são possíveis na maioria das vezes e a compra de materiais, como blocos, cimento, areia, entre outros, é necessária. Daí entra a pesquisa de materiais preferíveis ambientalmente, tanto a matéria prima como a empresa que produz o material. A comparação deve levar em consideração os impactos dessa produção, emissão de carbono da extração, fabricação e de transporte do produto, mas também durabilidade e impactos no gasto de energia durante o uso do edifício. Isso porque os materiais e soluções de projeto influenciam no gasto de energia, podendo minimizar (casa sustentável) ou maximizar o uso de ar-condicionado, iluminação artificial e aquecimento.


Nesse post estamos focando na emissão de CO2 na produção de materiais, mas é também muito importante levar em consideração outros impactos ambientais e os sociais, como o fomento da economia local, bem como saber que não estamos comprando de uma empresa que usa mão de obra escrava, ou que é altamente poluente para o solo, etc. Mas, considerando o que já falamos até aqui, um dos objetivos da pesquisa de materiais é a escolha dos que emitem menos CO2 ou que vão minimizar a emissão no longo prazo, durante o uso da construção. E, mesmo assim, o resultado será uma pegada de carbono significativa. O que fazer então?


Os créditos de carbono acabaram resultando em uma monetização do reflorestamento, que acabou virando um fim em si. Muitos dos programas não entregaram a recuperação florestal prometida e, em muitos casos, soluções que emitem menos foram descartadas por haver a possibilidade de ‘compensação de carbono’ (https://www.bbc.com/portuguese/geral-48369790 consultado em 10/06/2021).


Outro ponto de atenção é a conta da compensação. Em geral não fica evidente que o CO2 emitido hoje só será capturado por uma árvore ao longo de muitos anos. De acordo com estudo desenvolvido pelo Insituto Totum e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, uma árvore tem capacidade de absorver 163,14 durante os primeiros 20 anos. Não é ideal que a gente emita hoje e capture esse carbono ao longo do tempo, é como se fosse um empréstimo.


Ainda assim, como não é possível uma atividade sem a pegada de carbono, somos a favor de investimentos em programas de reflorestamento e recuperação ambiental, diretamente.


Sites consultados:


16 visualizações0 comentário

Commentaires


bottom of page